Orientando o seu filho a usar a internet de forma segura
Em uma sociedade altamente conectada, torna-se necessário o monitoramento das crianças e adolescentes no ambiente digital. Afinal, a orientação faz toda a diferença para que meninos e meninas utilizem a internet de forma segura.
Com a pandemia e a necessidade do ensino remoto, é cada vez mais rotineira a presença de crianças e adolescentes na web. Ao mesmo tempo em que a tecnologia trouxe inúmeras possibilidades de interação, ela também abriu caminhos perigosos para as novas gerações.
Não à toa, a chamada Geração Z teme os discursos de ódio e a polarização cada vez mais comuns na internet. O receio das consequências de um comentário ou de um vídeo/foto postada são parte da rotina dos jovens internautas
Uma pesquisa realizada pelo PeNSE (Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar), do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), divulgada ano passado, revela que aproximadamente um em cada dez adolescentes (13,2%) já se sentiu ameaçado, ofendido e humilhado em redes sociais ou aplicativos. Entre o público feminino esse percentual é ainda maior, 16,2%. Entre os meninos é de 10,2%.
Para exemplificar esses dados, vale a pena recordar o triste desfecho da trajetória de Lucas Santos, 16 anos, filho da cantora de forró Walkyria Santos, que foi alvo de ataques homofóbicos, em 2021, após a publicação de um vídeo na rede social TikTok. Por conta de tamanha brutalidade e incoerência, o menino não suportou a pressão e acabou tirando a própria vida. Infelizmente, mais uma vítima do cyberbullying.
De acordo com a pesquisa TIC Kids Online, desenvolvida pelo Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação do NIC.br e divulgada em 2021, 76% dos usuários com idades entre 9 e 17 anos acessam a internet mais de uma vez por dia e 43% das crianças e adolescentes já viram alguém ser discriminado no ambiente digital. Por essas e outras razões, a presença no ambiente digital requer dos pais, educadores, cuidadores e de toda a família proteção, cuidado e monitoramento para garantir a segurança, a autoestima e a saúde mental de meninos e meninas.
Como fazer uso da internet de forma segura?
Mesmo que demonstrem grande habilidade para lidar com as ferramentas tecnológicas, crianças e adolescentes são bastante ingênuos diante dos perigos que se escondem no meio digital. Por isso, a segurança na internet deve fazer parte das orientações e diálogos dentro de casa
Aliás, como exemplifica a SaferNet, esse cuidado nunca é demais, já que a boa orientação sobre o uso da web, aplicativos e redes sociais deve ser compreendida pelos filhos como algo para o bem deles, jamais como uma obrigação, punição ou qualquer outro tipo de medida restritiva. Na prática, cabe à família repassar valores éticos que valerão tanto para a vida real quanto para a convivência no mundo virtual.
No dia a dia, o uso da internet de forma segura por crianças e adolescentes precisa levar em conta algumas questões principais, tais como:
- Combate ao cyberbullying:comum na escola, o bullying foi potencializado com o boom das redes sociais. Esse tipo de ação pode provocar danos psicológicos graves e consequências muito preocupantes. É necessário que exista um diálogo dos pais diante de qualquer situação diferente que seja percebida. Acompanhar as interações nesses espaços, respeitando a privacidade dos filhos, também é recomendado.
- Perigos escondidos em sites com segundas intenções:há toda sorte de golpes na web. Para obter dados e outras informações dos usuários, é comum a clonagem de sites de lojas virtuais e os criminosos também usam jogos e vídeos como chamariz para facilitar a proliferação de vírus e malwares. Por isso, a orientação e o monitoramento constante na internet são fundamentais
- Usuários mal-intencionados:infelizmente, pedofilia, tentativas de sequestro, ações de hackers e de outros criminosos podem colocar em risco crianças e adolescentes. É preciso orientá-los sobre abordagens estranhas, solicitações de envios de fotos ou mesmo de exibições ao vivo por meio da câmera. Envio de dados e outras informações também podem colocar em risco a integridade de meninos e meninas.
- Limite a possibilidade de acesso a conteúdos inadequados:normalmente, essa é a primeira questão de preocupação dos pais quando o assunto é segurança na internet. Afinal, é fato que existem milhares de sites com material violento, de incitação ao ódio e de conotação sexual. Diante desse cenário delicado, é preciso estudar formas de restringir o acesso a esses ambientes
Dicas para garantir um acesso à internet seguro para os seus filhos
1. Mantenha o computador em um local visível a todos
Não se trata de invadir a privacidade da criança ou do adolescente, mas manter o computador na sala, por exemplo, facilita o monitoramento e a troca de ideias sempre que necessário. O mesmo vale para o celular e outros dispositivos, como tablets. O diálogo constante é realmente bem-vindo!
2. Busque ferramentas que bloqueiem conteúdos indesejados
Além da boa orientação dos pais para garantir uma internet segura para as crianças e os adolescentes, é necessário que outras medidas preventivas sejam adotadas. Uma delas é fazer uso de ferramentas (recursos do próprio sistema operacional, aplicativos ou softwares) que bloqueiam conteúdos inapropriados. Por meio deles, é possível, por exemplo, impedir o acesso a esses materiais, celular ou até mesmo para monitorar o que está sendo acessado.
3. Tenha instalado na sua máquina um bom antivírus ou firewall
É fato: diversos programas maliciosos estão em busca de vítimas perfeitas na internet. Para inibir a ação de hackers e outros criminosos, é essencial fazer uso de um bom antivírus ou firewall. Esses dispositivos ajudam a tornar a rede mais segura para crianças e adolescentes, além de proteger dados e outras informações pessoais.
Quanto mais completo o antivírus for, melhor. Ele protege contra trojans, malwares e até mesmo das formas mais recentes de vírus. Se precisar de ajuda, procure um apoio especializado para fazer as melhores escolhas
4. Tenha o hábito de trocar as senhas
A internet segura para as crianças e os adolescentes exige medidas especiais, como a troca constante de senhas. A que garante o acesso a sua rede, por exemplo, é uma delas, pois ajuda a evitar o risco de invasões. Também é interessante adotar o mesmo procedimento com programas e sites acessados com frequência por seu filho. Inclusive, se for o caso, você mesmo deve ser responsável por fazer alguns logins sem revelar maiores detalhes a eles. Avalie o que funciona melhor nas rotinas da família.
5. Mantenha ativa a busca segura
Para tornar a internet cada vez mais segura para as crianças e os adolescentes, uma boa recomendação é ativar o sistema de busca segura. Dessa forma, os pais garantem a limitação ao tipo de conteúdo que será apresentado nos resultados de pesquisa. Adotando essa medida, páginas definidas como indesejadas não poderão ser abertas.
Os responsáveis podem fazer isso selecionando filtros, de forma simples e rápida, mas bastante eficaz, para restringir o contato com certos materiais. Uma ação mais que recomendada.
6. Controle e limite o acesso a aplicativos e jogos
Além de orientar os seus filhos para um uso seguro da internet, é interessante determinar com quais jogos e aplicativos eles podem realmente interagir e passar a utilizar diariamente. Dessa forma, é possível garantir que tenham acesso a conteúdos adequados à idade e sem o perigo da visualização de material impróprio
Se há o compartilhamento de um mesmo equipamento, uma excelente alternativa é a criação dos perfis próprios para cada usuário. Essa medida facilita o monitoramento. Esse recurso também é extensivo aos dispositivos móveis. Outra dica: além de limitar o conteúdo que pode ser visualizado, dá para determinar um horário de desligamento da máquina – ação propícia para estabelecer um tempo máximo de utilização para a criança ou o adolescente.
7. Informação faz toda a diferença para a segurança na internet
Além do diálogo aberto e sem juízo de valor, uma internet segura é sinônimo de uma busca ativa por boas informações. A SaferNet, por exemplo, disponibilizou uma cartilha on-line com orientações preciosas para os pais, cuidadores, educadores e para as próprias crianças. Também vale a pena consultar outros materiais ricos disponíveis na web, principalmente em sites de instituições de referência na proteção à infância e à adolescência. Compartilhe!
8. Proibir nunca é a melhor opção
Os pais que acham que a proibição do uso da internet é o melhor caminho para evitar dor de cabeça estão, com certeza, bastante equivocados. Lembre-se: o acesso ao ambiente digital não acontece apenas na sua casa. E aí, como lidar com eventuais problemas e perigos que ocorram na casa de um colega, de parentes ou na própria escola?
Por isso, a SaferNet, ONG que trabalha intensamente com a defesa dos direitos humanos na web, reforça que o diálogo e a orientação ainda são as “melhores tecnologias” para proteger os seus filhos. Reflita sobre a sua postura
Conclusão
A educação sobre a segurança na internet deve ser uma realidade na rotina de todas as famílias. Por isso, aliar conhecimento e informação nunca é demais. Além das crianças e adolescentes, é primordial que todos tenham entendimento sobre os riscos presentes no ambiente digital, além de saber identificá-los e o que fazer sempre que se ver diante de uma situação de alerta
Aos adultos cabe também reforçar a atenção sobre os vírus, malwares e golpes. Para que a conexão seja positiva além da rede, o diálogo é sempre bem-vindo. Busque orientações e informações sempre que necessário. A vida on-line não precisa ser uma armadilha. Pense nisso!
Promover o debate sobre a utilização da internet segura, além de promover uma troca saudável entre alunos, famílias e professores, faz parte da missão do Dom Bosco. Por isso, o diálogo e a boa orientação são sempre os melhores caminhos. Compartilhe essa ideia e conheça os nossos diferenciais no Ensino Fundamental e no Ensino Médio!