Currículo e avaliação: como garantir que o currículo seja relevante e os alunos sejam avaliados de maneira justa

currículo e avaliação

O currículo escolar e a avaliação de desempenho são peças fundamentais no processo de ensino e aprendizagem nas escolas. Para que os alunos se desenvolvam plenamente em sala de aula, é fundamental que exista sinergia entre essas duas questões.

Na prática, o currículo é o instrumento que norteia todo o processo educacional de uma instituição de ensino. Por essa e outras razões, a avaliação de desempenho precisa estar alinhada a suas diretrizes, ou seja, estar a serviço de tudo o que esse importante documento propõe.

A integração do currículo escolar com a avaliação de desempenho é essencial. Essa combinação é que vai garantir o progresso da educação brasileira. De acordo com especialistas da área, é primordial que os professores aprendam a fazer instrumentos de avaliação, além de criar referências curriculares que apoiem essas medidas.

Elaborar itens de avaliação e analisar os resultados para, na sequência, fazer as intervenções necessárias no currículo da escola é fundamental. Para tornar esse desafio um pouco menos complexo, a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) traz uma referência segura para os educadores compreenderem quais são as expectativas de aprendizagem que devem se configurar no currículo de cada escola.

O fio condutor de qualquer processo é o currículo, que atualmente está passando por uma ampla revisão, sobretudo após a pandemia. Essa reavaliação inclui também a necessidade de mudanças nas referências dos instrumentos oficiais de checagem da qualidade da educação, como o Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb) e até mesmo o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), que precisa se modernizar.

Com o boom do ensino híbrido, outras formas de avaliar devem ser priorizadas. O ponto de partida é a análise sucinta de todo o processo de aprendizagem dos estudantes durante a fase pandêmica para compreender o que foi possível ensinar e de que maneira ocorreu essa absorção.

De posse desse diagnóstico, é possível estruturar um currículo escolar capaz de recuperar o que ficou para trás no momento de isolamento social. É por isso que desenvolver métodos de avaliação realmente conectados às necessidades da educação brasileira tornou-se um parâmetro mais que obrigatório.

Vale lembrar que a avaliação é uma ferramenta indispensável para tornar possível uma política pública de garantia de educação de qualidade para todos, como estabelecido na Constituição. É por meio dela que será possível determinar se a educação oferecida hoje no país atende aos padrões de excelência esperados.

Ter à disposição uma gama de avaliações internas e externas faz toda a diferença na hora de adaptar e melhorar os currículos das escolas. Tudo isso levando em consideração as particularidades regionais, por exemplo.

Afinal, o que é um bom currículo escolar?

Em linhas gerais, o bom currículo escolar deve ser construído com base em valores que direcionam a prática pedagógica, a realidade e também as necessidades dos alunos, além do próprio cotidiano da instituição. Ele deve ser capaz de refletir as transformações mundiais provocadas nas escolas em razão das novas metodologias de ensino e também das inovações tecnológicas. Além de enriquecer as aulas, essas medidas disruptivas tornam o processo de ensino e aprendizagem mais produtivo.

Observe os seguintes pontos importantes para a elaboração de um bom currículo escolar.

  • Avalie as novas práticas escolares: para que o currículo seja realmente significativo para os alunos, a escola deve avaliar as novas práticas e observar as particularidades do mundo digital. Esse comprometimento vai auxiliar no processo de aprendizado e aproximar as formas de ensino das crianças e adolescentes. É preciso abrir espaços às inovações tecnológicas e outras ferramentas, como aplicativos, jogos e redes sociais.
  • Não despreze as necessidades reais dos alunos: para alcançar um aprendizado realmente significativo, é primordial avaliar as habilidades que os alunos desenvolvem ao longo das aulas e também as dificuldades/soluções para garantir o total aprendizado dos conteúdos. O êxito do processo de ensino e aprendizagem depende de uma série de fatores, que inclui a busca de medidas que favoreçam a sociabilização e a cooperação. Avaliar as dificuldades de aprendizagem e os critérios para a formação das turmas também faz bastante diferença.
  • É essencial trazer a tecnologia para o ensino: o uso de ferramentas digitais torna as rotinas em sala de aula mais práticas e rápidas. O suporte tecnológico é um estímulo a mais para os estudantes, que se engajam no processo de ensino e aprendizagem, tornando-se protagonistas da jornada de produção do conhecimento. A educação personalizada veio para ficar. Como as novas tecnologias já estão inseridas no cotidiano de crianças e adolescentes, trazê-las para a escola aumenta o dinamismo das atividades propostas e desperta o interesse dos estudantes, além de ajudar a aprimorar a qualidade da educação. A medida também gera mais autonomia para os discentes e proporciona trocas produtivas no ambiente escolar.
  • É primordial definir padrões: sem dúvida alguma, a construção do currículo escolar depende da observação de algumas normas em vigor. Essas medidas são essenciais para a organização e também para estabelecer padrões e outras determinações que serão fundamentais para que os estudantes alcancem seus objetivos. Nessa etapa, cabe ao gestor escolar avaliar todas as normas existentes, detectar mudanças e determinar a adoção de atualizações importantes para o currículo.
  • Faça o diagnóstico do desempenho atual e determine metas: o Ministério da Educação (MEC), por meio da Base Nacional Comum Curricular (BNCC), trabalha com medidas unificadoras que estabelecem conteúdos essenciais para as escolas. Ainda assim, há um espaço para inovações e outras possibilidades no currículo. Para que isso seja possível, faz-se necessária uma avaliação criteriosa das ementas vigentes, disciplinas e outros conteúdos, para identificar oportunidades. Um currículo bem elaborado permite avanços incríveis na educação. Vale lembrar que apostas diferenciadas, como o ensino bilíngue, podem fortalecer o desenvolvimento cognitivo (inteligência, raciocínio lógico e capacidade de resolução de problemas) e emocional (curiosidade, resiliência, cooperação e sociabilidade) de crianças e adolescentes. Esse cuidado potencializa uma aprendizagem mais significativa.

Uma dica que vale milhões: o currículo escolar não é estático, ele vai sendo incrementado e aperfeiçoado ao longo do ano letivo. Para que seja um sucesso, compreender e analisar todas as fases do processo de produção de conhecimento é uma medida obrigatória, pois assim é possível adaptá-lo de acordo com aptidões, interesses e características culturais dos estudantes.

Tudo o que você precisa saber sobre a avaliação de aprendizagem

O currículo escolar norteia todo o processo de ensino e aprendizagem, mas o acompanhamento contínuo faz toda a diferença para saber como está o desenvolvimento dos alunos. Portanto, a avaliação de aprendizagem é um instrumento essencial.

Fundamental no processo de ensino, a avaliação de aprendizagem revela como o estudante está construindo o conhecimento. Além disso, é por meio dela que o professor monitora o que realmente foi aprendido em sala de aula e se é preciso provocar mais estímulos.

Para guiar os próximos passos do percurso educativo, a avaliação de aprendizagem precisa ser bem elaborada, considerando o processo de ensino de forma integral. Essa atenção inicial é fundamental para a obtenção de um diagnóstico assertivo, que permita identificar lacunas que devem ser sanadas.

O resultado final da avaliação de aprendizagem servirá como um guia para o professor. Por meio desse diagnóstico, o profissional da educação pode prever as próximas atividades pedagógicas. A avaliação deve ser feita constantemente, pois é decisiva para o sucesso de qualquer iniciativa no espaço escolar.

Conheça os principais tipos de avaliação de aprendizagem

1. Avaliação diagnóstica

É obrigatório que seja realizada logo no começo do processo educativo, pois é essencial para entender quais são os conhecimentos prévios dos alunos. Com base nesses dados e em outras informações, é possível determinar os melhores caminhos para os planos de aula dos variados conteúdos.

2. Avaliação formativa

Pode e deve fazer parte do dia a dia na escola. Precisa ter um caráter mais informal, mas é peça-chave para compreender o que os alunos aprenderam durante as aulas. Busque formas de registrar esses resultados, pois eles serão essenciais para adotar medidas efetivas para o desenvolvimento dos estudantes.

3. Avaliação somativa

Também conhecida como provas bimestrais ou trimestrais, esse tipo de avaliação ajuda a analisar como foi a aprendizagem individual de cada aluno e também da turma toda. Por ser mais ampla, permite determinar quais competências, habilidades e aprendizados foram assimilados no decorrer do processo educativo.

Dicas para promover uma excelente avaliação de aprendizagem

  • Tenha em seu radar todo o ciclo de aprendizagem no momento de fazer a avaliação: a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) determina que a verificação da aprendizagem deve ser feita de forma cumulativa e contínua, sempre levando em conta todo o desempenho do estudante. A jornada escolar do aluno é que vai garantir uma análise assertiva de seu rendimento.
  • Valorize as avaliações qualitativas:: é fundamental recorrer mais uma vez à LDB, que traz outra importante determinação. De acordo com a medida, as avaliações qualitativas devem ter prioridade sobre as quantitativas. É fato que as qualitativas têm a vantagem de abranger de forma mais eficiente todo o rendimento escolar do aluno. Observe essa questão.
  • Adote instrumentos de avaliação variados: para obter um diagnóstico justo e democrático sobre o desempenho dos estudantes, é essencial que o professor diversifique os instrumentos de avaliação. Esse caminho favorece o estudante, pois há aqueles que se sentem melhor em avaliações orais, há os que preferem as escritas e aqueles que ficam mais à vontade com as objetivas.
  • Aposte nas avaliações formativas: elas fazem a diferença no dia a dia da sala de aula e têm cunho qualitativo. Conheça alguns modelos: aplicar uma autoavaliação; estabelecer momentos para fazer perguntas rápidas sobre o conteúdo trabalhado; oferecer exercícios de reflexão em torno de todos os temas estudados ao término das aulas; propor a elaboração de mapas mentais; promover debates.
  • Fique atento às particularidades do ensino a distância: no EAD, é interessante dividir as entregas avaliativas em etapas menores. Essa modalidade de ensino exige uma série de adaptações das práticas pedagógicas, incluindo as avaliações. Ao optar por fases, o acompanhamento do desenvolvimento dos estudantes será mais efetivo. Isso sem falar no benefício de deixar os alunos menos ansiosos e preocupados, pois assim se adaptam melhor às demandas do ensino remoto.
  • Dica final: analise a possibilidade de trabalhar com o feedback 360º para a avaliação de desempenho da turma. Para que ela tenha êxito, o professor deve incentivar o engajamento dos alunos desde o início do período letivo.

O currículo escolar e a avaliação de aprendizagem são instrumentos essenciais para garantir a construção de uma jornada de protagonismo dos estudantes durante toda a Educação Básica. Essas ferramentas devem promover a interação, o engajamento e prever a adoção da tecnologia como meio para transformar as rotinas no ambiente escolar.

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