BNCC na Educação Infantil – Conheça os novos focos
Sem dúvida alguma, a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) traz importantes desafios relativos à Educação Infantil. O documento aponta aprendizagens fundamentais que farão a diferença na formação dos estudantes na primeira etapa da Educação Básica.
Na prática, a BNCC traz novos focos de trabalho na Educação Infantil. Eles compreendem os já tradicionais eixos estruturais, além de outras duas novidades: direitos de aprendizagem das crianças e campos de experiências. Esses tópicos já eram, de certa forma, contemplados, mas agora ganham um foco maior voltado à prática pedagógica e à rotina escolar.
Em linhas gerais, os eixos estruturais são sinônimo de interagir e brincar. Esses quesitos são primordiais para que as crianças consolidem a sua aprendizagem, afinal, é por meio das interações e das brincadeiras que meninos e meninas desenvolvem habilidades e competências necessárias para a construção das suas jornadas, ou seja, serão marcantes por toda a vida.
Qual é o objetivo da BNCC para a Educação Infantil?
A BNCC para a Educação Infantil tem o objetivo de uniformizar as atividades promovidas nas instituições de ensino com o intuito de garantir o desenvolvimento intelectual dos alunos. Por isso, o documento apresenta uma série de competências que devem ser assimiladas pelas crianças nessa fase da vida escolar.
Entre as metas priorizadas na BNCC, destaca-se a orientação de que a alfabetização seja concretizada até o segundo ano do Ensino Fundamental. Apesar de sugerir uma espécie de aceleração do processo, é fundamental que o tempo de cada estudante seja respeitado e a qualidade do aprendizado deve ser a premissa de todas as atividades.
O que diz a BNCC sobre a Educação Infantil?
No que diz respeito à Educação Infantil, a BNCC aponta algumas competências que precisam ser desenvolvidas pelos alunos. Vale a pena lembrar que essa fase é dividida em creche (bebês de 0 a 1 ano e seis meses; e crianças bem pequenas – de 1 ano e 7 meses a 3 anos e 11 meses) e pré-escola (crianças pequenas – de 4 anos a 5 anos e 11 meses).
Confira as competências que a BNCC contempla:
- Capacidade de compreender a realidade a partir da valorização e da utilização adequada dos conhecimentos adquiridos em sala de aula.
- Nos trabalhos voltados à área de ciências, permitir o exercício livre da curiosidade.
- Incentivar o desenvolvimento do senso estético para que os estudantes da Educação Infantil consigam reconhecer e dar valor às mais diversas manifestações culturais.
- Garantir o pleno conhecimento das linguagens em todas as suas formas possíveis: oral, escrita, livre, além das expressões corporais, artísticas e tecnológicas.
- Estimular a utilização de ferramentas tecnológicas e meios de comunicação de forma ética, crítica e reflexiva.
Outro ponto interessante é que a BNCC abriu um espaço privilegiado para o ensino das ciências exatas. Para estimular a análise e a visão crítica, os estudantes terão uma compreensão maior de gráficos, tabelas e do funcionamento de banco de dados. A disciplina de História, por exemplo, vai valorizar a ordem cronológica dos fatos e o ensino religioso passou a ser facultativo
Quais são as habilidades da BNCC para a Educação Infantil?
Para garantir a evolução dos alunos, a BNCC destaca habilidades que são bastante necessárias para fortalecer a capacidade cognitiva e a compreensão do que acontece ao redor dos estudantes. São elas:
- Brincadeiras
- Convivência
- Participação
- Exploração
- Autoconhecimento
- Expressão
Quais são os 5 campos de experiências na Educação Infantil?
Em seu texto, o BNCC traz a seguinte definição para os campos de experiências: “Os campos de experiências constituem um arranjo curricular que acolhe as situações e as experiências concretas da vida cotidiana das crianças e seus saberes, entrelaçando-os aos conhecimentos que fazem parte do patrimônio cultural. A definição e a denominação dos campos de experiências também se baseiam no que dispõem as DCNEI em relação aos saberes e conhecimentos fundamentais a serem propiciados às crianças e associados às suas experiências”.
A proposta pedagógica do MEC está assim dividida:
O eu, o outro e o nós
O estímulo à interação é o fio condutor. As crianças, de acordo com a BNCC, devem ser estimuladas a conviver com outras pessoas. Essa ação é fundamental para o desenvolvimento da autonomia, reciprocidade e cuidado consigo mesmas. Essa construção, além de fazer com que os alunos conheçam seu próprio jeito de se manifestar, será essencial para que os estudantes entendam as diferentes formas de vida e opiniões diversas. A partir do trabalho com todos esses pontos, é possível estimular a curiosidade por conhecer outros grupos culturais e sociais.
Corpo, gestos e movimentos
Nesse quesito, entram em cena o estímulo às brincadeiras e atividades com dança, música e teatro, afinal, elas tornam possível identificar espaços e objetos por meio da utilização do corpo, dos sentidos e dos movimentos. A partir dessas construções, é possível estabelecer conexões e gerar conhecimentos sobre si mesmos, o outro e o local em que vivem. Essas atividades, além de estimularem o desenvolvimento da linguagem corporal, fazem com que as crianças convivam melhor com as emoções.
Traços, sons, cores e formas
Nessa habilidade, ganha destaque um dos pilares da BNCC na Educação Infantil: o desenvolvimento do senso crítico. O estímulo às diferentes manifestações culturais, como música, artes visuais, teatro e cinema é fundamental nessa etapa. Trata-se do espaço mais apropriado para garantir o engajamento dos alunos a partir da utilização de importantes expressões artísticas que vão favorecer a criatividade, desenvolver a sensibilidade e potencializar a expressão pessoal.
Escuta, fala, pensamento e imaginação
Uma etapa essencial é o desenvolvimento da cultura oral. As crianças são estimuladas a ouvir e a falar por meio do trabalho com fábulas e histórias infantis. O lúdico deve permear todas as ações. Meninos e meninas devem ser estimulados a todo momento para que compartilhem suas impressões sobre o mundo e a realidade à sua volta. Com esses incentivos, os estudantes tornam-se capazes de dividir o que pensam e sentem, sempre respeitando a pluralidade e diversidade de opiniões.
Espaços, tempos, quantidades, relações e transformações
De acordo com a BNCC para a Educação Infantil, é fundamental que os estudantes compreendam particularidades da região em que vivem. Isso inclui, por exemplo, o aprendizado de conceitos ligados à localização (rua, bairros, cidade, estado e país), período do dia (manhã, tarde e noite) e tempo (hoje, ontem, amanhã e por aí vai!). Esse quesito compreende também os fenômenos climáticos, animais e o despertar da necessidade de busca pelas informações para tirar dúvidas e ampliar conhecimentos. Dessa forma, assumem papel de protagonistas no processo de ensino-aprendizagem
Conheça os direitos de aprendizagem propostos pela BNCC para a Educação Infantil
Veja as ações necessárias para garantir o sucesso do processo de aprendizagem:
- Conviver: é uma forma importante de ampliar o conhecimento, mas sempre com foco no respeito às diferenças e à cultura.
- Brincar: além de divertido, desenvolve conhecimentos, a imaginação, a criatividade e inúmeras experiências – expressivas, sensoriais, cognitivas, relacionais entre outras.
- Participar: em todos esses quesitos, a interação com outras crianças e adultos é primordial. Nesse momento, é legal o envolvimento com o planejamento da gestão escolar e das atividades estimuladas pelos professores, com direito a sugestões de brincadeiras, materiais e outras ideias. Além da tomada de decisão e posicionamento, os alunos ainda elaboram conhecimentos.
- Explorar: movimentos, sons, gestos, texturas, formas, cores, emoções, enfim, tudo merece ser explorado para ampliar os saberes sobre a cultura nas mais diversas modalidades, como ciência e tecnologia.
- Expressar-se: como sujeito dialógico, criativo e sensível, o estudante é capaz de compartilhar suas necessidades, emoções, sentimentos, dúvidas, hipóteses, descobertas, opiniões e questionamentos por meio de diferentes linguagens.
- Conhecer-se: é fundamental para a construção da identidade pessoal, social e cultural, constituindo, dessa forma, uma imagem positiva de si e dos seus grupos de pertencimento por meio das mais diferentes experiências de cuidados, interações, brincadeiras e linguagens vivenciadas na instituição escolar, além do seu contexto familiar e comunitário.
Conclusão
O êxito da BNCC para a Educação Infantil depende muito da atuação do professor, que deve ser um agente inspirador e estimulador em todo o processo de ensino-aprendizagem. Por essas e outras razões, é básico que as crianças vejam a escola como um lugar acolhedor, propício para descobertas e para o desenvolvimento de habilidades. Outra questão importante diz respeito à transição entre a Educação infantil e o Ensino Fundamental. Como determina a BNCC, é preciso que os alunos tenham uma continuidade em seu percurso educativo, tudo isso com foco na integração e na sequência dos processos e atividades. As particularidades de cada criança e as mudanças introduzidas devem estar sempre no foco dos educadores. Um desafio e tanto, mas com resultados bastante promissores!
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