Como é um professor mediador?

Como é um professor mediador?

Apesar de existir há algumas décadas, a figura do professor mediador ficou ainda mais popular nos últimos anos devido a uma série de fatores. Recentemente, diante dos efeitos da pandemia, que exigiu uma reorganização das dinâmicas em sala de aula com a necessidade da implantação do ensino remoto e híbrido, esse conceito ganhou mais força por conta do boom tecnológico e da expansão das metodologias ativas.

Em linhas gerais, o professor mediador vai muito além da interação e de ensinar. Na prática, trata-se do profissional de educação que se coloca como um incentivador, facilitador ou motivador da aprendizagem. Dessa forma, faz com que o aluno se aproprie das suas próprias experiências, tornando-se protagonista nesse processo e capaz de atingir os seus objetivos com bastante autonomia.

A mediação pedagógica torna-se uma premissa cada vez mais urgente. É por meio dela que será possível obter o engajamento dos estudantes, que precisam identificar no ambiente escolar um lugar propício para o desenvolvimento de habilidades, da criatividade e um ponto de partida para voos maiores.

Essa mudança de atitude e de comportamento do profissional da educação faz com que o processo de ensino e aprendizagem ajude também na resolução de inúmeras questões e problemas vividos no cotidiano. Por essas e outras razões, o papel do professor mediador será essencial para despertar o interesse de crianças e adolescentes por meio da combinação de interação, mediação e motivação, pois esse é o caminho para ele, de fato, fazer parte da vida dos estudantes.

A capacidade do professor mediador estimular o aluno a se apropriar das suas próprias experiências e conhecimentos faz toda a diferença. Essa nova postura, além da autonomia, permite que os estudantes desenvolvam um senso de responsabilidade maior, entre outras características.

Diante dessa nova perspectiva, os estudantes não veem o professor como uma figura autoritária ou repressora. Eles também passam a cumprir as tarefas e outras atividades propostas com mais motivação e sem a ideia de obrigação, pois tornaram-se agentes ativos no processo de produção e construção do conhecimento.

Por isso, o professor que realmente faz a mediação entre aluno e aprendizagem sabe ouvir o que o estudante tem a dizer. Para alcançar esse intento, o profissional da educação tem que estar aberto a essa troca e disposto a rever as relações no espaço escolar.

Ao fazer uso adequado da mediação, o professor contribui para o desenvolvimento do senso crítico dos estudantes, fortalece a participação em sala de aula e vai, entre outros aspectos, contribuir muito para a inserção dos discentes no mercado de trabalho. Isso sem falar no desenvolvimento da cidadania, aspecto fundamental para os avanços esperados em áreas relacionadas à qualidade de vida do planeta, como a sustentabilidade

Adotando essa postura, o professor mediador tem a compreensão e a consciência de que o ensino não se restringe a transmitir ou compartilhar conhecimento. O profissional da educação passa a considerar o ensino como construção de conhecimento e valores, estimulando posicionamentos críticos e ativos em todos os setores da sociedade.

Afinal, de onde veio a ideia do professor mediador?

Bastante popular atualmente na educação, o conceito do professor mediador começou a ganhar espaço ainda nos anos de 1970. Foi nesse período, por meio da pedagogia progressista, que teve início um repensar das relações em sala de aula.

Para a pedagogia progressista, a relação professor e aluno tinha que ser atualizada. Por essa teoria, o educador não se limita a difundir conhecimento. Ele passa a ter o papel de provocar o estudante a “aprender a aprender''.

Essa nova abordagem dialoga com a “escola cidadã”, idealizada por Paulo Freire. Para o educador brasileiro, nessa perspectiva, o professor deixa de ter um caráter estático e passa a ter um caráter significativo para o aluno.

Vale lembrar que Paulo Freire diz que a ação docente é a base de uma boa formação e contribui para a construção de uma sociedade pensante. De acordo com o educador e filósofo, o professor precisa ter a consciência, o compromisso e a responsabilidade de estimular o “aprender a aprender” e, nesse processo, “aprender ao ensinar”. Para o autor, essa responsabilidade precisa ser trabalhada e desenvolvida a cada etapa, já que o aprendizado é contínuo.

Importante: o professor mediador utiliza estratégias adequadas para encantar o aluno desde o princípio. Esse é o ponto de partida para importantes transformações no processo de ensino e aprendizagem em sala de aula.

Qual é o impacto de um professor mediador no desenvolvimento dos alunos?

O professor mediador vai, literalmente, revolucionar as dinâmicas em sala de aula. Por meio de suas ações, será capaz de facilitar o diálogo e provocar o estreitamento dos laços. A transparência nas relações também favorece a empatia, a compaixão e o respeito às diferenças.

Além do aluno passar a ser um agente ativo no processo de ensino e aprendizagem, essa medida traz outros benefícios. Confira:

  • Promove o desenvolvimento da proatividade.
  • Cria-se a escuta ativa das necessidades e interesses de cada estudante.
  • Fortalece a confiança.
  • É uma forma eficaz de valorizar o aprendizado.
  • Aprimora a capacidade de resolver problemas.
  • Intensifica o sentimento de pertencimento. Ao perceber que é realmente acolhido pela escola, o engajamento do aluno será real e ele assumirá o protagonismo no processo de aprendizagem
  • Tal papel auxilia o estudante a sair da escola mais preparado para agir na sociedade e, consequentemente, para ingressar e conquistar boas oportunidades no mercado de trabalho.
  • Por meio de metodologias ativas e da boa mediação do professor, a escola torna-se mais próxima da realidade das crianças e adolescentes. A adoção da cultura maker, por exemplo, estimula a criatividade e até mesmo o lado empreendedor dos estudantes.
  • Conflitos e problemas graves, como o bullying, passam a ser gerenciados com mais sucesso. A abertura para o diálogo reduz drasticamente as desigualdades no espaço escolar.
  • O professor mediador tem que trabalhar na perspectiva da intencionalidade e reciprocidade. O que isso significa? A intenção do professor é o somatório do objetivo com todas as ações possíveis para que o ensino seja realmente de qualidade. Fora a intencionalidade do professor, o processo depende do desejo do aluno de aprender, ou seja, dessa reciprocidade. Essa equação constrói as estratégias certas para conquistar as crianças e os adolescentes.
  • Apostar na transcendência é essencial, ou seja, o aprendizado, para o aluno, deve ser muito além de fazer uma prova ou trabalho para ser avaliado. Os conteúdos têm que ter aplicação na vida dele. Essas generalizações e novas aplicações é que tornarão a aprendizagem consistente.
  • O professor deve fazer a mediação do significado. Na prática, isso significa mostrar aos alunos em que situações se aplica o conteúdo trabalhado em sala de aula e de que forma ele ajuda na compreensão de outros fatos. Essa construção é primordial para ampliar a compreensão do mundo.

Qual é a importância de um professor mediador?

Em um mundo altamente conectado, o professor mediador tem papel fundamental para fazer com que a escola se torne, de fato, um espaço adequado e propício à aprendizagem. Além do conhecimento relacionado às suas atividades em sala de aulo, esse profissional da educação precisa também aperfeiçoar outras características essenciais, que farão a diferença em todas as iniciativas. Conheça algumas delas:

Dominar as teorias pedagógicas

Como não há uma única teoria que contemple todos os objetivos esperados, o professor precisa dominar as principais teorias pedagógicas e avaliar o impacto de cada uma delas no desenvolvimento dos alunos. Esse cuidado será estratégico para que o educador encontre o melhor caminho, além de ser uma excelente forma de combater a desmotivação, o risco de evasão e outros desafios da rotina no ambiente escolar.

Permita-se conhecer o universo do estudante

Essa mudança de paradigma exige que o professor mediador esteja disponível para conhecer também a realidade, gostos e experiências dos seus alunos. Essa troca, sem juízo de valor, transparente e bastante sincera, é a peça-chave para o êxito de qualquer iniciativa. Por meio dela é que o educador terá condições de se apropriar dos saberes de sua turma para que eles sejam um elo com os conteúdos que serão abordados em sala de aula. Dessa forma, a construção do conhecimento enriquece e faz com que as crianças e os adolescentes sejam realmente protagonistas do processo de ensino e aprendizagem.

O professor tem que ser um incentivador perspicaz

Um dos grandes desafios do professor mediador está em fazer o estudante ter o desejo de buscar o conhecimento. Ao educador, diante dessa premissa, cabe a atraente tarefa de instigar ações desafiadoras, que tenham um caráter investigativo. Esse comportamento é essencial para criar vínculos e para que o aluno sinta que há uma parceria real. Estar disposto a ajudar favorece o engajamento.

Tenha um leque diferenciado de estratégias de ensino

Não tem jeito: o bê-á-bá das metodologias ativas deve ser um mantra na rotina do professor mediador. Por isso, para que sejam aplicadas da melhor maneira e gerem o efeito esperado, o educador deve conhecê-las profundamente e dominar a melhor forma de utilizá-las.

Seja um professor motivador também!

A comunicação de qualidade opera verdadeiros milagres e, no ambiente escolar, não é diferente. Além de estimular a busca pelo conhecimento, o professor motivador atua em favor de melhorias nas relações interpessoais e na comunicação eficiente entre os alunos. Esses cuidados, gerados por meio de medidas motivadoras, serão a chave do sucesso de qualquer iniciativa no processo educacional.

A mediação do professor garante uma sala de aula mais humanizada, positiva, construtiva e potencializadora de possibilidades no espaço escolar. Dessa forma, seu papel será preponderante para construir as ligações necessárias entre o aprendizado e a vivência de cada estudante.

Seguindo à risca esse modelo, a cada etapa concluída no processo de ensino e aprendizagem, o aprimoramento será contínuo. Isso significa, na prática, garantir o desenvolvimento e a construção das competências necessárias para assegurar a completa formação dos alunos.

Para que o professor mediador tenha êxito em seus projetos, ele precisa das ferramentas certas. Cabe à gestão escolar propiciar o acesso a computadores e outros recursos essenciais para essas ações. Investimentos em tecnologia, como a criação de plataformas de ensino e ambientes virtuais de aprendizagem também são medidas mais que recomendadas. Isso sem falar em cursos e workshops para assegurar a formação continuada dos educadores.